situado em um terreno que verte para o mar, onde a superfície é predominantemente coberta por vegetação nativa, a construção se adaptou às clareiras e platôs existentes e foi composta por um grupo de volumes independentes, articulados por um caminho comum. a casa píer é a primeira etapa do plano de ocupação do lote, a parte habitada que toca o mar; infraestrutura marítima primordial para se estabelecer no sítio.

a construção é composta por duas partes que se articulam e se encaixam entre as árvores e as rochas existentes. a primeira parte é vertical e se apropria do desnível do terreno para equacionar a circulação. a outra parte é horizontal e está integrada ao mar, conformando um espaço amplo e flexível. estes volumes tem seu contraponto reforçado com as técnicas construtivas utilizadas em cada parte, escolhidas com o propósito de atender às demandas do programa.

o espaço social e “funcional” é amplo e flexível, esta fusão programática do espaço de estar com o espaço para guardar o barco (utilizado na maior parte do ano) permitiu amortecer o impacto da construção no ambiente com a redução considerável de área construída. a cobertura que caracteriza este recinto é permeada por elementos vazados, móveis, feitos em madeira, que permitem conectá-lo ao entorno de forma visceral, tanto pela rampa que penetra o mar, quanto pela paisagem monumental que adentra o salão. o desenho se amparou no elementar, no mínimo necessário da técnica, para a construção de uma estrutura leve e vazada, que pudesse ser montada pelo construtor artesão a partir de peças encomendadas de madeira e metal/polímeros.